Entidades empresariais de Santa Maria receberam como naturalidade a decisão de manter os supermercados de Santa Maria fechados aos domingos. Em assembleia na terça-feira, que avaliou a possibilidade de abertura dos estabelecimentos nesse dia de semana, a maioria dos supermercadistas decidiu que as lojas seguirão fechadas.
Para o vice-presidente do Sindiccato da Habitação do Centro Gaúcho (Secovi), Antônio Odil Gomes de Castro, donos e funcionários dos supermercados foram sacrificados na pandemia e merecem o direito de descansar aos domingos.
– Claro que nós, como cidadãos, gostaríamos de ter esse momento a mais para fazer compras ou passeios nos estabelecimentos comerciais, mas lembro que os comerciários e comerciantes também, dos supermercados, foram muito sacrificados na pandemia. Acredito que isso tenha sido influenciador também na decisão dessa manutenção – diz.
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De acordo com o entendimento de Castro, daqui a um ano, quando o assunto voltar à pauta, o momento poderá ser outro, com a possibilidade dessa ampliação, sendo considerada a liberdade para quem optar pela abertura ou não.
– O Secovi se posiciona com respeito à decisão soberana dos trabalhadores e das empresas – acrescenta.
A possibilidade de reabertura, em uma nova discussão futura também é mencionada pelo vice-prefeito de Santa Maria, Rodrigo Decimo (União Brasil).
– Havia uma expectativa de que, neste ano, finalmente Santa Maria poderia ter os supermercados abertos aos domingos. Isso não aconteceu, mas nada impede que no futuro essa possibilidade volte a ser discutida desde que seja a vontade dos empresários e dos trabalhadores do setor – diz o vice-prefeito.
Segundo ele, o importante é que essa decisão seja tomada de maneira democrática, em que sejam ouvidas todas as partes envolvidas.
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, respeita a decisão do setor.
Motivos
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Santa Maria (Sindigêneros), Gilberto Cremonese, embasaram a manutenção de não abertura dos supermercados o fato de várias cidades no país estarem retomando o uso de máscaras e, também, de o momento econômico não ser propício para repassar custos maiores oriundos dessa abertura aos consumidores. Além disso, foi elencada também a questão humana envolvendo os trabalhadores, com a não abertura aos domingos, no intuito de que os mesmos possam usufruir desse dia com familiares, após o trabalho durante o período de pandemia.
A proibição de uso de mão de obra de trabalhadores aos domingos é respaldada por lei. Por convenção coletiva, os sindicatos podem decidir pela restrição, que impede o funcionamento dos maiores mercados. Já minimercados podem abrir, desde que os próprios donos atendam.
Neste ano, o Sindigêneros chegou a cogitar o fim da medida, que teve início em 2008. Contudo, a regra seguirá até junho de 2023, completando 15 anos desde que os supermercados de Santa Maria passaram a fechar nos domingos.
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